segunda-feira, 8 de março de 2010

pausa pra pensar

nem começou o semestre e eu me sinto extremamente cansada.
sinto uma coisa apertada aqui dentro. uma coisa que quer sair e não sabe como.
esperar é uma grande merda. eu odeio esperar.
eu odeio sentir como se eu não estivesse fazendo nada de útil. odeio não ver sentido nas coisas.
odeio mais ainda sentir que eu não estou fazendo nada pra provar o contrário do fato de que eu não estou agindo, correndo atrás, sendo alguma coisa que eu quero ser.
não sei onde eu li ou vi que os jovens tem esse sentimento dentro de si. de sentirem que vão ser alguém, de que vão fazer alguma coisa memorável. e a grande parte, pra não dizer quase todos, estão enganados sobre isso.
a grande parte das pessoas não vai ser nada, nem fazer absolutamente nada de memorável.
porém, é esse sentimento pretensioso que faz com que as pessoas façam alguma coisa. isso que as impulsiona a mudar, mexer, falar, criar.
e me irrita e me dói não estar fazendo nada, não estar falando nada, criando nada.
é um sentimento muito angustiante saber que você não é pouca coisa, que você tem sensibilidade, capacidade e não fazer nada que prove isso. por que a gente tem a necessidade de sempre se colocar à prova para as pessoas? pra quem? quem vai ver?
às vezes me dou conta da idiotice que é tudo nessa vida, mas ao mesmo tempo eu não quero ver. eu quero ter as minhas coisas, quero ser alguém, quero fazer alguma coisa.
não sei de que vale tudo isso. mas eu sei que eu quero.
e eu vou fazer.

é preciso sempre depois de crises assim, poder pensar e no final das contas ter um pensamento que te faça dar a volta por cima. estou tentando. eu vou fazer.

Um comentário:

  1. paulinha, querida!
    volta e meia acompanho o teu blog, gosto muito. esse post me fez lembrar uma das minhas cenas preferidas de hq, 'david boring', do daniel clowes: http://www.randomhouse.com/pantheon/graphicnovels/art/boringspread1.jpg
    '- why did you stop making movies, david?' '- because every story has already been told a million times'. essa é a perda do sentido, né?
    é um mal desse mundo que a gente vive, na verdade, essa cobrança por 'produtividade'. você não tá sozinha. e mais: você só tá há 20 e poucos anos no mundo, não pode se cobrar genialidade, brilhantismo, 'originalidade' (odeio essa palavra).
    o lance é absorver tudo o que você lê, vê, sente, até chegar o momento de ligar os pontos e você perceber alguma coerência no que fez. às vezes isso vai ser reconhecido, às vezes não.
    mas é preciso fazer as pazes com a paciência ;)
    beijos!

    ResponderExcluir