quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Quando eu estudava no poliedro, nos meus 15 ou 16 anos não muito distantes, ia no intervalo das aulas passar um tempo no delightful shopping colinas e lá eu ia na livraria. Eu sempre ficava de olho em um livro chamado 'Elogio ao Ócio'. Achava interessante, mas nunca comprei ou me lembrei de procurar por ele. Devido a motivos que eu tenho preguiça de explanar, lembrei que ele existia e fui na biblioteca da ufsc procurar por ele. Ainda bem que não li antes. Acho que agora vai ser mais propício.
Comecei a ler hoje de manhã. Foi demais fazer isso. Acordei umas 10h, preparei um café, voltei pra cama e li até quase meio dia. Li também 1984. (É, vou tentar ler duas coisas ao mesmo tempo, espero não abandonar nenhum no meio, como faço normalmente. Nunca retomo.)
Como é de prache em blogs que possuem leitores, (o que não é o caso, mas vai assim mesmo)um trecho do primeiro ensaio do livro (que é constituído de vários ensaios da década de 1930):

'Há quem diga que o lazer só é prazeroso até certo ponto e que as pessoas não saberiam como preencher o seu dia se tivessem uma jornada de quatro horas. Considerar isto uma verdade no mundo moderno constitui uma condenação da nossa civilização. As coisas jamais foram assim. A antiga propensão para a despreocupação e o divertimento foi de certo modo inibida pela eficiencia. O homem moderno acha que qualquer atividade deve ser exercida em prol de outras coisas, nunca da coisa mesma.'

E ele termina o ensaio assim:

'
A boa índole é, de todas as qualidades, a que o mundo mais precisa, e boa índole é o resultado de segurança e bem-estar, não de uma vida de árdua luta. Os métodos modernos de produção nos deram a possibilidade de bem-estar e segurança para todos; escolhemos, ao invés disso, ter sobretrabalho para alguns e privação para outros. Ainda somos tão energéticos quanto éramos antes do surgimento das máquinas; neste aspecto temos sido tolos, mas não há razão para continuarmos sendo tolos para sempre. '

Achei bem divertidinho. Só li o prefácio e esse primeiro ensaio até agora. Mas é fato que são coisas meio utópicas que ele defende, porém, coerentes. Ele diz muito sobre uma 'atitude mental contemplativa', que na minha opinião, se acolhida pelos seres humanos e aplicada em todas suas ações, seria a solução de tudo ou quase tudo nesse mundo.

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